pt-br
  • pt-br
  • en

Dior alta-costura verão 2025: Um conto de fadas moderno nos jardins do museu Rodin

29/01/2025
Dior Haute Couture 25
Dior Haute Couture 25

A Dior apresentou sua coleção de alta-costura para o Verão 2025 na última segunda-feira (27/01), nos jardins do Museu Rodin, em Paris. O cenário foi composto por painéis com ilustrações fantásticas da artista visual indiana Rithika Merchant, transportando os espectadores para um mundo encantado que combinava moda, arte e natureza. Sob a direção criativa de Maria Grazia Chiuri, a coleção reinterpretou o clássico Alice no País das Maravilhas (1865), de Lewis Carroll, buscando resgatar o senso de "fascinação infantil", como explicou a estilista em um vídeo divulgado nas redes sociais da marca.

Na passarela, a visão de Maria Grazia Chiuri traduziu-se em minivestidos de cinturas marcadas, crinolinas à mostra e uma abundância de detalhes românticos e ultrafemininos. Lá os espectadores encontraram laços, tules, rendas e penas confeccionadas em organza, além de volumes arquitetônicos que lembram pétalas e bordados ingleses representando flores, borboletas e abelhas. Elementos como saias balonê, ombros bufantes e anáguas curtas com brilhos e babados adicionaram um toque de delicadeza à coleção, ao mesmo tempo em que sugeriam uma fragilidade etérea.

Referências artísticas e surrealistas

Dior Haute Couture 25
Dior Haute Couture 25

Essa fragilidade, aliás, foi acentuada por referências à obra surrealista Eine Kleine Nachtmusik (1943), da artista estadunidense Dorothea Tanning. A pintura, geralmente associada ao universo de Alice, retrata duas garotas em um corredor com um girassol gigante, vestindo saiotes que se desfazem. Esse imaginário foi traduzido nos looks da Dior, com rendas e tiras de tecidos caindo como plantas suspensas, criando uma narrativa visual rica em poesia.

O toque punk e a conexão com a história da Dior

Dior Haute Couture 25
Dior Haute Couture 25

Apesar do clima de conto de fadas, houve espaço para um toque sutil de punk. Isso apareceu na paleta de cores predominantemente preta, no moicano elaborado com miniflores e na alfaiataria ajustada ao corpo, como as sobrecasacas. Maria Grazia também dialogou com a história da Maison Dior, revisitando duas silhuetas icônicas: a Cigale, criada por Christian Dior no início dos anos 1950, e a linha Trapeze, desenhada por Yves Saint Laurent no final da mesma década. Da Cigale, vieram as cinturas marcadas com volume estruturado nas saias, enquanto a Trapeze inspirou capas geométricas que se afastam do corpo, proporcionando um jogo entre o passado e o presente.

Entre princesas e heroínas

Dior Haute Couture 25
Dior Haute Couture 25

Na narrativa de Maria Grazia Chiuri, que já levou bruxas e mulheres esgrimistas às passarelas, desta vez a imagem apresentada foi mais de uma princesa à espera de seu príncipe encantado do que de uma Alice em uma jornada psicodélica pelo País das Maravilhas. No entanto, a coleção consegue equilibrar esses extremos, trazendo uma visão de alta-costura que celebra a tradição e a inovação com graça e sofisticação.
Essa mistura de fantasia e realidade reafirma a capacidade da Dior de criar um mundo único em suas coleções, onde a moda é muito mais do que roupa: é narrativa, arte e emoção.


Assista ao desfile