Lanvin inverno 2025: A estreia de Peter Copping e o resgate do legado de Jeanne Lanvin

A noite de 26 de janeiro marcou um momento especial na Semana de Moda Masculina de Paris: a estreia de Peter Copping como diretor criativo da Lanvin. Mas o que foi apresentado na passarela vai muito além do universo masculino. O desfile trouxe uma coleção que não apenas celebra a herança da maison, mas também aponta para uma nova fase, marcada pela mistura de nostalgia e atualidade.
Desde a saída de Alber Elbaz em 2015, a Lanvin enfrentou desafios para retomar o prestígio e a relevância que o icônico estilista reconstruiu durante seus anos à frente da grife. Peter Copping assume o cargo com a missão de resgatar essa essência e, ao mesmo tempo, levar a marca para o futuro.
Inspiração no legado de Jeanne Lanvin

Peter Copping mergulhou de cabeça nos arquivos da casa desde sua nomeação em junho de 2024. Ele explorou croquis, amostras de tecidos, bordados e até a decoração dos espaços pessoais e profissionais de Jeanne Lanvin, fundadora da grife. Esse trabalho meticuloso de pesquisa permitiu que ele reinterpretasse a história da marca de forma autêntica, sem cair no óbvio ou em um tom excessivamente nostálgico.
Na passarela, elementos dos anos 1920 e 1930 apareceram em silhuetas alongadas, franjas e estampas geométricas. Bordados metalizados e casacos estruturados remeteram à sofisticação da época, enquanto vestidos com volumes suaves e drapeados evocaram o estilo inconfundível de Jeanne Lanvin. No entanto, Copping foi além da simples revisitação: ele trouxe modernidade com detalhes surpreendentes nas construções e nos materiais, além de mesclar elementos masculinos e femininos de forma fluida.
Homenagem a Alber Elbaz e um olhar para o presente

A influência de Alber Elbaz, que liderou a Lanvin de 2001 a 2015, também esteve presente. O uso de tecidos acetinados, a cartela de cores refinada e um casting inclusivo, com modelos mais velhos, foram claros acenos ao legado do estilista falecido em 2021. Contudo, Copping equilibrou essas referências com uma abordagem atual e funcional. A ideia de um guarda-roupa completo, com peças conhecidas e confortáveis elevadas por detalhes inovadores, deu à coleção um apelo contemporâneo.
Um futuro promissor

Sem recorrer a exageros ou pirotecnias, a estreia de Peter Copping na Lanvin foi um sucesso fundamentado em competência e experiência. Com passagens por grifes como Louis Vuitton, Nina Ricci, Oscar de la Renta e Balenciaga, ele mostrou que tem as ferramentas necessárias para guiar a Lanvin rumo a uma nova era.
Agora, resta aguardar os próximos capítulos dessa história, que promete consolidar a Lanvin como um dos grandes nomes da moda contemporânea, sem nunca perder de vista o legado de sua fundadora.
Assista ao desfile